sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Capitulo 6 - Um beijo no Vampiro

*Ali, após ter ouvido aquelas palavras eu não consegui me mexer. Ao invéz de me afastar de Jennifer, passei mei braço por sua cintura e com a minha mão que segurava seu rosto, a fiz olha para mim.

*Meu olhos agora voltaram a sua cor normal, meus músculos deixaram a sua forma contraída e inxada, meus instintos haviam ido embora.

*Por fim, olhei para ela, fundo nos olhos e disse:

*-Não se preocupe, nunca deixarei que nada, absolutamente nada, nem eu mesmo, a machuque...

*Após uma breve pausa, aproximei meu rosto para perto de sua face, lentamente fui a segurando mais forte, fazendo com que seus pés saíssem do chão e que seu corpo se aproximasse ainda mais do que era possível. Fui chegando cada vez mais perto de seus lábios. Mas antes que eu pudesse beija-la, Calvin nos interrompeu, colocando sua mão entre mim e Jennifer.

*-Sinto muito, mas não posso deixar que Richard beije ninguém por um breve período de tempo...

*-Você já me viu irritado -disse eu, olhando diretamente para os olhos de Calvin- deixe-me asós com Jennifer, nunca iria machuca-la...

*-O problema não é você e sim ele -disse Calvin encostando seu indicador em meu peito- é dele que eu tenho medo... você ainda não sabe se controlar...

*-Não darei bola a isto, você mesmo viu como eu não perdi o controle quando estava com Jennifer em meus braços.

*-Mero acaso meu caro Richard, mero acaso... -disse Calvin, agora fazendo mais força e me separando de Jennifer.

*-Pare com isso, eu quero ficar o resto do dia com Jennifer... sozinho.

*-Isto seria impossivel agora, trate de se recolher e ficar bem quietinho -Calvin agora ia me empurrando no peito e eu ia ficando cada vez mais longe de Jennifer.

*Incrivelmente eu não perdi o controle, alguma coisa em mim via os olhos de Jennifer e ficava com medo de que eu pudesse mata-la ou algo parecido.

*Agora eu via Jennifer sendo guiada por Sara até o andar de baixo, foi quando a perdi de vista e fui direcionado para o quarto que eu estava antes. Imediatamente olhei para Calvin.

*-Por que não me deixou ficar com Jennifer, eu estou longe dela como se tivessem passado semanas...

*-Na verdade se passaram 4 dias desde que houve aquele pequeno incidente comigo e com você. -ele fez uma breve pausa, me pareceu que não queria continuar a conversa... mas continuou- desde que eu lhe deixei desacordado, se passaram 4 dias. Mas o mais estranho foi que eu não vi você gemer de dor por causa de sua transformação e sim por tentar se segurar para não atacar alguém.

*Já estavamos no meio do quarto e eu não havia entendido nada. Ele abriu um compartimento secreto do lado direito onde eu estava ha poucos minutos, aquili havia aberto uma entrada que dava para uma escada. Descemos e chegamos a um lugar que eu não acreditaria se alguem me contasse. Era um lugar grante, muito parecido com uma adega de vinho, porém não havia vinho e sim, centenas de bolsas de sangue, também era muito frio, mas por mais que eu houvesse percebido o frio, eu não senti como sentiria se ainda estivesse como um humano normal. No exato instante em que vi aquilo, meus olhos brilharam naquela cor tenebrosa e quando eu comecei a querer me transformar, Calvin disse:

*-Acalme-se homem, isto aqui é nosso estoque de sangue de animal, nós nos proibimos de caçar humanos, então caçamos alguns animais por quilometros de distância, e com quase cem anos de caça, fizemos este maravilhoso reservatório. Você só necessitará de no máximo 4 bolsas sangue por semana, isto para você que começou agora. Eu e Sara tomamos apenas 8 por mês, raras são as vezes que tomamos mais do que isto.

*Me controlando ao máximo, mal ouvia o que Calvin dizia para mim, apenas focava nas bolsas e me segurava firmemente. Até que Calvin me entregou 4 bolsas, eu apenas vi quantos litros tinham em cada uma delas. Todas pareciam ser iguais, então vi a primeira que tinha 400ml. Logo dei a primeira mordida, o sangue jorrou para fora daquela bolsa me sujando e matando a minha sede.

*-Fique calmo, é normal sentir muita sede, mas você não pode desperdiçar o sangue que foi colhido com tanto suor -ele deu uma risada e continuou a me olhar.

*Eu acabei com as 4 bolsas num piscar de olhos, mas ainda sentia muita sede e Calvin percebeu isto, então liberou para que eu pudesse beber mais 4. Foi quando me senti um pouco aliviado.

*Saindo da sala eu perguntei a ele:

*-Agora eu posso ficar sozinho com Jennifer?

*-Ainda não, como eu pude ver, você ainda não matou a sua sede, sendo assim, você não pode ficar sozinho com nenhum humano ainda...

*Fechei a cara e sentei no meio da sala. Apenas vi Calvin saindo e dando uma pequena risadinha.

*De repente, vejo Jennifer correndo em direção ao quarto e entrando nele com pressa. Imediatamente pensei que algo ruim tivesse acontecido, mas não, percebi que sua expressão era de felicidade e euforia.

*-Richard? Você esta ai? -disse ela sem ver nada na sala, pois era muito escura.

*-Não se preocupe -eu segurei em suas mãos- por que veio aqui?

*-Rápido, não tenho muito tempo -suas mãos seguraram minha nuca e puxou minha cabeça- mal esperava pra fazer isto, estava morrendo de saudades -disse ela.

*Agora minha mão foi de encontro com sua cintura e enrolando meus braços nela. Nossos lábios chegaram muito perto quando ela disse "eu te amo" e nos beijamos. Era como se sinos tocassem em minha cabeça, senti que os sentimentos dela haviam se aflorado nesse tempo em que eu havia desaparecido e que ela pensou que havia me perdido para sempre. Nosso beijo não durou muito, apenas o suficiente para matar a saudade de dois corpos apaixonados.

*-Infelizmente eu tenho de ir -disse ela, após terminar seu beijo de uma forma unica, que apenas ela fazia- juro que pensarei em você pelo resto dos meus longos dias longe de você...

*-Você não tem medo de mim? -eu disse, um pouco apreensivo.

*-Não se deve ter medo de um sentimento tão forte, que rompe a barreira da morte e faz de sua nova vida uma experiencia maravilhosa que é o amor eterno.

*Não haviam palavras ou adjetivos o suficiente para descrever ou que eu falasse para ela naquele momento, então, eu apenas olhei fundo nos olhos dela. Ela me largou e foi andando de costas até a porta. Quando chegou lá e se virou para sair, colocou a mão direita na porta e disse:

*-Eu te amo...

*Estava imovel, admirando aquela beleza estonteante, que me deixava tonto. Mas lembro-me de ter dito "apesar de todo este perigo em sua volta, quero que acredite que eu tambem te amo"

*-Eu acredito sim... -disse ela dando um largo sorriso para a escuridão, sem a certeza de que estava olhando para mim, mas eu ouvi e alegre entendi tudo- ...tchau -ela se despediu olhando para baixo.

*E ela seguiu para o lado direito. Eu não conseguia tirar meus olhos da porta, ainda imaginava sua presença ali, seu cheiro ainda estava no ar, então, mais imovel do que qualquer outra coisa no mundo eu sussurrei:

*-Eu te amo além da vida, eu te amo além de qualquer coisa que possa impedir e nada, absolutamente nada irá fazer você chorar mais uma vez... eu não deixarei.

domingo, 21 de setembro de 2008

Capitulo 5 - A luta

*Quando comecei a recobrar a consciência tentei me levantar, mas fui impedido por causa das inúmeras correntes... mais uma vez senti aquele cheiro que eu não podia descrever, mas fazia eu me sentir vivo e com instintos selvagens. Mais uma vez perdi a cabeça, comecei a me debater e rugir.

*Minhas mãos acorrentadas iam de um lado para o outro tentando de algum modo quebrar as correntes. Eu jah estava em pé quando tentei quebrar as correntes dos pés, mas todos os meus esforços foram em vão.

*-NÃÃÃÃÃO!!!! -gritei com raiva- ESTE NÃO SOU EU... -mais uma vez gritei.

*Por mais que eu tentasse o espirito animal me consumia e meus olhos azuis passavam para um tom escuro, tão escuro que mal poderia se ver minha pupila. Agora eu me debatia, me arranhava, tentava com todas as minhas forças voltar a minha natureza.

*Mesmo com todos os meus esforços, eu novamente fiquei naquela posição de ataque, olhando fixamente para a porta, a cada segundo que eu deixava de me concentrar, aquele cheiro invadia mais a minha mente e me transformava em um louco com vontade de matar alguém.

*-AAAAAAH!!! PARAAAA!!! -continuava a gritar em vão, pois depois desse último grito eu movi minha mão direita com tanta força para cima, que as correntes romperam o piso de ferro e um pedaço da pele de meu tórax. Não fiz nenhuma menção de que tivera sentido dor, pelo contrário, continuei com aquele ar monstruoso em minha face- GRRRR!!! -rosnei para ver se conseguia força o suficiente para me segurar.

*Todos os meus esforços pareciam nao valer em nada, pois a cada momento de concentração eu ficava cada vez mais animal, ou melhor, cada vez mais eu me tornava um vampiro faminto!

*-ISSO TEM QUE PARAR!!! -mais uma vez gritei para tentar me transformar em um humano normal- ISSO TEM... -não consegui terminar a frase pois me joguei no chão e me enrolei, segunrando com todas as forças as minhas pernas contra o meu peito, enterrando meu rosto contra os meus joelhos.

*Quando por um minuto eu pensei que começaria a me acalmar, senti um cheiro diferente, era um cheiro doce, que me fez olhar diretamente para porta, com aqueles olhos de matador. Era como se eu tivesse percebido que uma pessoa nova havia entrado na casa. Uma pessoa que chamou total atenção e o único movimento que eu fiz por longos dez minutos, foram apenas o de tirar o rosto do "enterro" nos joelhos e o movimento do nariz para tentar captar ainda mais aquele cheiro que me deixava alucinado.

*Depois de um longo periodo apenas apreciando aquele maravilhoso aroma, eu comecei a me mexer, lentamente, fui ficando na minha posição de ataque. Sem motivo algum, tentei disparar em direção à porta, mas a primeira corrente que me prendeu foi a do pescoço, dando um solavanco tão forte que a parte de minha consciência que ainda existia dentro de mim, pensou que eu desmaiaria, mas aquele instinto animal não me daria esse previlégio.

*Meu olhar não desviava nem um milímetro da porta.

*Levei a mão direita até a parte da corrente que estava presa ao meu pescoço, com uma força avassaladora, puxei a corrente e só o que eu ouvi foi um grande estalo e depois a corrente estava no chão. Fui andando de costas -sem tirar os olhos da porta- até chegar onde o início das correntes estavam, com a mão esquerda desferi um golpe com a mão aberta, com intuito de pegar e destruir o chão onde a corrente estava. Minha mão foi enterrada até o antebraço, logo em seguida puxei com toda força e voltei só com pedaços de corrente em minhas mãos. Fiz o mesmo com as correntes dos pés.

*No final, apenas uma corrente ainda estava presa, a corrente que ligava a minha mão esquerda ao meu tórax, mas nao fiz menção de tira-la.

*Dei uma forte inspirada para sentir novamente aquele aroma divino, uma fragrância única que eu achava muito familiar. Sentindo aquele perfume que adentrava por cada célula de meu corpo, fiquei imóvel por alguns minutos, apenas apreciando e desfrutando daquilo que me dava prazer como nada havia me dado um dia, sempre olhando para porta sem mover um músculo.

*Mas fui abruptamente interrompido, alguma coisa fez com que aquele cheiro sumisse sem dar pistas. Mais uma vez enlouqueci, mas como agora estava livre das correntes, corri na velocidade mais rápida que eu pude. Segurei a maçaneta e puxei, mas a porta nao se abriu, então, enfurecido, abri minhas mãos e enfiei meus dedos nas extremidades opostas da lateral da porta. Vendo que meus dedos haviam atravessado a porta, eu os contraí e puxei com toda a minha força, fazendo com que a porta fosse arrancada de suas dobradiças e quebrando a parte da parede que ficava mais próxima da maçaneta. Com a porta em minhas mãos, eu a joguei com força para o lado oposto do quarto.

*Vendo aquela saída, não hesitei em sair. Saí num pulo com toda minha fúria. Ali no corredor, eu estava agaixado, próximo a parede oposta a porta que havia sido arrancada. Minha mão esquerda estava encostada na parede e minha cabeça estava baixa, todo o resto de corrente que ainda sobrava em mim, estava formando pequenos circulos ao meus redor.

*Novamente sentindo aquele cheiro, fiquei parado, nenhum musculo se mexia, nenhum pensamento passava em minha cabeça, tudo estava paralizado. Até que fui interrompido por um suspiro leve, que eu mal pude ouvir. Imediatamente, como num susto, levantei minha cabeça e olhei para cima e vi uma coisa que não esperava ver agora... Jennifer estava parada em minha frente, com um certo medo nos olhos, mas com curiosidade e pena.

*Vendo de quem era aquele aroma tão familia, eu não pude aguentar. Num pulo eu já estava em pé, parado ao lado de Jennifer, com uma mão em sua cintura e outra em um lado de seu rosto, meus olhos fixados em seu pescoço, agora descoberto -com o auxili da mão que estava no rosto dela.

*Calvin subia as escadas e viu aquela cena, olhou para mim e não disse nada, mas imediatamente eu percebi que ele estava com um olhar de desaprovação e eu entendi que eu me arrependeria muito se fizesse o que estava próximo a fazer. Sem dar atenção a Calvin, voltei o meu olhar no pescoço de Jennifer. Ela agora não parecia com medo e não tremia, apenas estava parada em minha frente sem se mover.

*Quando menos esperava ela colocou as mãos em minha cintura e disse:

*-Eu te amo...

Capitulo 4 - A Fome

*Escutava vozes no corredor, não sabia muito bem entender se eram de discução, mas falavam rapidamente.

*De repente, vejo o homem e a mulher entrando no quarto.

*-Não nos apresentamos, meu nome é Sara... -disse a mulher ao se aproximar de mim.

*-E o meu é Calvin... -disse o homem, que agora estava do meu lado- ...levante-se -continuou ele- eu quero que você vá para o centro da sala.

*Olhei para ele com um olhar de desconfiado e perguntei:

*-Você vai me acorrentar?

*-Sim, será necessário que eu faça isso, pelo menos por 3 dias -disse ele num tom gentil e acolhedor.

*Eu fui, mas lentamente fui me afastando do centro do quarto, com medo de que eu pudesse virar um escravo deles.

*-Não se preocupe, logo logo você irá ver o por que de precisar ficar acorrentado -disse Sara me
segurando suavemente pelo braço.

*Naquele momento eu ouvi uma porta se bater ao longe e duas vozes disseram:

*-Chegamos em casa!

*Alguma coisa aconteceu comigo, um cheiro muito forte se aproximou rapidamente de meu nariz, meu olhos se focaram na porta e ficaram sem expressão, completamente pretos, meus pés se contorceram como os de um corredor pronto para dar a disparada, todos os meus músculos se enrijeceram como o de um boxeador pronto para dar o seu mais forte soco, minha postura foi se inclinando para frente, meu corpo ficara em uma posição igual a de um guepardo em ponto de partida... e foi como ele que eu disparei em direção a porta, numa velocidade extrema eu parti de encontro o corredor, mas na mesma velocidade em que eu disparei, a porta foi fechada e Calvin se postava em minha frente. Sem muito controle sobre mim, eu parei, porém rosnei como um leão enraivecido para Calvin, ele se abaixou um pouco, inclinou seu corpo em minha direção e colocou a mão direita no chão e olhou para mim.

*-Não me obrigue a usar de força para colocar-lhe no centro do quarto -disse Calvin num tom mais repreendedor.

*Eu ainda não tinha total controle sobre mim e o cheiro que chegava ao meu nariz me deixava completamente descontrolado. Não recuei e sim disparei em direção a Calvin, mas rapidamente um vulto passou em minha frente e fez com que eu recuasse dois longos passos, vi que era Sara indo para o lado de seu marido.

*-Acalme-se, Richard, é normal perder um pouco do controle quando se fica com fome pela primeira vez, mas você precisa se controlar ou então as consequências serão severas... -disse Sara ao chegar ao lado de Calvin.

*Sem ouviu nenhuma palavra deles, eu apenas me inclinei para frente, colocando as duas mãos no chão e flexionando os braços, deixando meu rosto muito proximo ao chão, minhas pernas estavam um pouco mais esticadas que os braços. Dando a impressão de que eu iria dar o bote a qualquer momento.

*-ACALME-SE, RICHARD... -gritou Calvin, agora vindo em minha direção, lentamente.

*-Grrrr...!!! -eu rugi como um leão enfurecido.

*-O que é isso ai em cima? -eu ouvi as vozes do andar de baixo, agora minha audição conseguiu me dar quase a localização completa de onde elas se encontravam.

*Ouvindo ainda melhor as vozes, eu perdi totalmente o controle sobre mim. Vendo Calvin a mais ou menos três metros de distância de mim, eu olhei fixamente para os seus olhos e dei um sorriso malicioso e sumi. Quase na mesma hora eu apareci a pouco mais de 50 centimetros de distância de Calvin. Eu estava praticamente voando, mas parado em frente a ele, minha mão direita vôou de encontrou ao seu rosto, ela não estava nem aberta nem fechada, estava de um modo que minhas unhas -agora com o triplo do tamanho- pegassem em seu rosto. Eu o acertei em cheio, bem do lado esquerdo de sua face, fazendo-o voar em direção a uma parede.

*Meio sem reação, Sara correu para evitar que Calvin se machucasse muito. Mas antes que ela chegasse nele, ele apenas estendeu a mão, que tocou no chão e fez com que ele desse uma cambalhota no ar e caisse agaixado sobre as duas pernas. Parado, olhando para mim, ele passou a mão no rosto -intacto- para me mostrar que aquilo era inútil.

*Agora Sara estava mais próxima de mim, ela não tinha percebido isso. Eu corri em direção à porta, mas ela rapidamente segurou meus calcanhares e me rodou por eles, jogando-me para a outra extremidade do quarto. A expressão em meu rosto era de quem estava apreciando o espetáculo. Do mesmo modo que Calvin parou quando eu o bati, eu parei e olhei para ele rindo, mas minha expressão mudou repentinamente quando ouvi uma das vozes dizer "mãe, esta tudo bem aí em cima?".

*Sara correu para porta e eu fui atras dela, correndo como um guepardo na sua caçada, mas Calvin se postara mais uma vez entre mim e a porta. Sara saira da sala e me deixara sozinho com Calvin.

*Ele me olhava com um olhar de repreenção nos olhos, mas eu não movi um musculo quando ele fez menção em me segurar, eu apenas deixei que ele segurasse em meu braço esquerdo. Eu me enrijeci e me levantei, segurando pela parte de tras de sua nuca, tentei joga-lo em outra direção, mas desta vez foi diferente, ele nao se moveu, apenas continuou a me arrastar para o centro da sala. Eu fiquei mais furioso do que eu poderia ter ficado, então fui muito mais direto, disferi um golpe de mão fechada diretamente em seu rosto, o que fez com que ele perdesse o equilibrio e caísse, após ter me soltado.

*Ele não gostou nada disso, apoiado no chão ele disse:

*-Eu cansei desta brincadeira por hoje, mesmo você estando com fome, já passou dos limites.

*Não ouvi nenhuma palavra dele, então fiz igual a primeira vez em que eu o atacara, desapareci e imediatamente reapareci em sua frente, pronto para dar um ultimo golpe, mas ele foi mais rápido, segurou a minha mão e deu um golpe com a palma da mão em meu peito, o que me fez perder o fôlego e cair sobre os joelhos. Calvin continuava me segurando pelo pulso quando me deu outro golpe, do mesmo jeito, só que agora em meu nariz, fazendo com que eu perdesse totalmente o equilibrio.

*Sem fôlego e sem equilibrio, ele me arrastou até o meio da sala, me acorrentando.

*-Isso é para o seu bem... ou melhor, para o bem dos humanos, fique ai e aguente ao máximo o que irá acontecer hoje...

sábado, 20 de setembro de 2008

Capitulo 3 - Minha História

*Sentado à frente daquela linda mulher, eu tremulei em algumas palavras, fazendo com que eu tivesse que recomeçar várias vezes a história. Mas enfim consegui começar sem errar...

*Eu fui matriculado em um colégio novo, onde conheci uma garota, a garota que eu havia sonhado antes mesmo de te-la conhecido, assim, eu tentei por muitas vezes namorar com ela, mas todas as vezes eu fui rejeitado e eu sempre tinha que ve-la ficando com outros caras, caras que no final sempre faziam-na chorar e isso me deixava furioso, até que consegui ficar com ela algumas vezes, sempre sem compromisso, apenas um ou dois beijos... uma vez eu consegui ficar com ela por dois meses, mas nós terminamos e eu nunca entendi o por que dela nao gostar de mim do jeito que eu gostava dela, mesmo ela dizendo:

*-Richard, você me faz muito bem, eu sou muito feliz ao seu lado, você me toca como alguém que realmente me ama e que eu sei que este sentimento é real e verdadeiro... Mas eu quero ser digna disso tudo e eu só quero ficar com você quando eu tiver esquecido o meu passado completamente.

*Jennifer tinha uma paixão passada, que já perdurava por anos, mas ela sempre era enganada com falsas promessas.

*Até que um dia ela me disse:

*-Richard, eu quero namorar com você, agora eu esqueci do meu passado completamente e quero ser feliz ao seu lado...

*Como se trompetes divinos tivessem tocado em meus ouvidos, eu mal pude acreditar naquilo, e passamos 3 meses juntos, até que dia 31 de Dezembro, em uma festa de final de ano que estava acontecendo na casa de uma amiga de Jennifer -na qual fomos convidados- a antiga paixão dela estava lá, eu pedi para que ela nao ligasse para ele e que aproveitasse a festa, mas quando deu 23:27 eu fui ao banheiro e quando voltei eu a vi sendo beijada por Charles, sem pensar muito, eu tirei meu blazer e saí da festa, perambulei pela noite, já não aguentando mais ter vivenciado tantos momentos de dor e sofrimento por causa da garota que eu amava eu decidi me matar, mas nao consegui por medo, mas quando o destino fez com que eu morresse, eu apenas providenciei para que meu corpo não ficasse amostra em pleno primeiro de janeiro.

*Enquanto terminava a minha história eu vi entrar na sala um homem alto, de cabelos pretos, olhos da mesma cor, mas muito penetrantes, era muito pálido e tinha olheiras muito aparentes.

*-Como era esta garota? -perguntou o homem quando eu terminei a minha história.

*-Jennifer? Ela é alta, forte, branca, cabelos loiro escuro, até a cintura, tem olhos verdes bem claros e... -dei uma descrição mais detalhada sobre ela- ...eu acho que só.

*-Engraçado, eu tenho a nitida impressão de que eu a vi correndo e chorando por aquela rua em que você havia andado por alguns minutos.

*Rapidamente me levantei, não acreditava no que tinha ouvido. Se ela estava correndo e chorando ela poderia estar com algum perigo ou alguma coisa ruim devia ter acontecido com ela.

*-Preciso voltar lá imediatamente... -eu disse no momento em que me levantei da cadeira.

*Antes que eu percebesse a mulher havia se levantado e abria as cortinas. Um forte clarão invadiu aquele quarto, tornando-o muito mais claro e dando a impressão de que ele era muito maior do que realmente era. Aquilo incomodou de uma forma perturbadora os meus olhos, eu mal conseguia abri-los.

*-FECHE ISTO AGORA!!! -gritei enquanto cobria meus olhos e me atirava no chão.

*Ao invez disso, o homem me pegou e me direcionou para fora do quarto, me levando por um corredor longo e bastante decorado. Antes que começasse a pensar para onde iriamos ele me levou para um quarto muito mais escuro que o primeiro, porém, eu conseguia enxergar perfeitamente, sem entender muito bem o que acontecia eu o olhei e vi seus olhos brilhando num tom branco cintilante.

*-Fique aqui por alguns instantes... -disse ele num tom de voz sereno- ...eu já volto para lhe contar mais sobre o que você é agora e como você deve agir de agora em diante...

*Sem muito pensar, apenas balancei a cabeça positivamente e olhei enquanto o homem fechava a porta. Meu olhar percorreu a sala rapidamente, eu vi que o quarto tinha o triplo do tamanho do outro, mas nesse nao havia móveis ou coisas parecidas, e sim correntes no meio dele, muitas correntes. Não sabia muito bem o que fazer, então apenas fiquei parado enquanto esperava o homem chegar.

Capitulo 2 - O acordar inesperado

*Quando abri os meus olhos não sabia onde estava, a principio achei que fosse o inferno, pois estava muito escuro e eu mal conseguia enxergar, então me sentei e imediatamente uma luz se acendeu e iluminou o que eu achava que era o inferno.

*Olhei ao redor... Aquilo na verdade era apenas um quarto, bonito e bem decorado. Tinha um papel de parede vermelho com desenhos que nao pude distinguir naquela hora, uma cama de casal muito bem arrumada - onde eu estava sentado - , um armario enorme com muitos detalhes e uma janela com uma cortina imensa cobrindo-a e uma mesa com quatro cadeiras, sendo uma delas ocupada por uma mulher.

*Ela era muito bonita, aparentava ter no máximo 25 anos, era loira, tinha os olhos num tom de mel, mas bem claros, sua pele era bem pálida. Usava um vestido vermelho com preto, ao estilo anos 60.

*Sem saber o que fazer perguntei:

*-Isto aqui é o paraíso ou o inferno?

*-Não sei se tomo isso como ofensa ou elogio - disse ela após ter dado uma gargalhada - Esta é a minha casa - continuou - Meu marido lhe trouxe após te-lo encontrado na rua, quase morto.

*-Como... - indaguei - ...ele me trouxe se eu estava quase morto?

*Ela fez uma pausa e coçou a nuca, como se quisesse que eu fizesse o mesmo, intuitivamente eu fiz. Passei a mão pelo meu pescoço e senti dois furos.

*-O QUE SIGNIFICA ISTO?! - perguntei alarmado após ter dado um salto.

*Desta vez ela não achou muita graça.

*-Você realmente não viu quando meu marido lhe mordeu? - perguntou num tom de desconfiança.

*-Alguem me mordeu? - mas num lapso de memória eu me lembrei - Eu... eu pensei que aquilo fosse delirio meu. Não tem como este tipo de coisa ser verdade... vo-você é um vampiro?

*Agora o sua expressão passou de desconfiada para um gesto mais calmo e gentil.

*-Pois é, parece que você realmente nao viu nada. - ela deu uma pequena pausa e esticou as mãos para a cadeira que ficava exatamente na frente dela - Sente-se aqui e que eu lhe conto tudo.

*Imediatamente, levantei-me e segui em direção à cadeira, com certo receio, sentei-me e olhei nos olhos dela. Agora parecia que ela dava o ar de acolhedora e só de olha-la nos olhos eu me senti muito mais calmo, foi como se eu corresse para os braços de minha mãe ao ter me deparado com a coisa que mais me dá medo.

*-Meu marido estava voltando para casa quando sentiu um forte cheiro de sangue e decidiu parar para ver o que estava acontecendo. Quando chegou naquele beco se deparou com você, já quase sem sangue e com um olhar de tristeza profunda nos olhos semi-fechados. Não sabendo muito bem o que fazer e sem ter muito tempo para pensar, ele lhe mordeu na tentativa salvar esta alma, que, de algum modo, o fez ver o pedido de ajuda que pedia. - ela tomou um ar para continuar - Em seguida ele te pegou no colo e te trouxe para nossa casa para que tivesse o devido tratamento.

*Não sabendo muito bem o que dizer naquela situação, apenas fiz silêncio para que ela continuasse com a história, mas ao invéz de continuar a história me fez uma pergunta.

*-Por que você não tentou chamar ajuda? me pareceu que queria se matar...

*-É uma longa história... - minha voz fraca soou tão baixo que eu mal pude ouvir.

*-Nós temos a eternidade. - brincou ela.

*Eu estava muito nervoso, mas não tinha nada a perder, a nao ser algumas horas de minha "eternidade". Então comecei a contar sobre a mim e o motivo pelo qual eu decidi terminar com a minha vida...

Capitulo 1 - Como me tornei isto...

*Perambulava pela rua, segurando meu blazer pela gola, arrastando-o pelo chao, a camisa com 5 botões aberta e a gravata frouxa, a calça ainda nao tinha feito menção em ser tirada.

*Cabisbaixo, andava pelas calçadas das ruas em plena madrugada, praticamente nenhum carro passava na rua, para ser mais honesto, só vi passar dois. Foram as únicas coisas que me fizeram desviar a atenção dos meus pensamentos. Pensamentos que nao saíam daquela cena que eu vi na festa.

*Andando lentamente pela rua, cansado de tudo e de todos, não queria mais saber desta vida... tudo o que eu queria era um modo de me libertar desta dor e agonia que comiam meu coração. Tinha vontade de subir em algum prédio alto e me jogar num abismo que me libertaria de toda a dor e sofrimento, mas aquela hora, nada estava aberto. Então, quando achei um espelho pequeno no chão, imediatamente tive vontade de quebrar o vidro e cortar os pulsos, foi o que fiz...

*Com os espelho em minhas mãos, corri para um beco sem saída. As únicas coisas que eu via eram um latão de lixo grande e retangular e um ralo logo depois dele. Sentei e me escorei no latão de lixo, com um soco no espelho, o quebrei, mas não tive coragem o suficiente para me matar. O medo da dor, a preocupação com as pessoas ao meu redor, tudo ia de encontro com a minha atitude suicida.

*Me achando um crápula egoísta me levantei, segurando um dos cacos do espelho. Olhava para ele enquanto ficava parado, em pé, virado para a rua.

*-Ei, vamo zuar com esse playboy ai -disse um homem acompanhado com outro homem- talvez ele tenha algum dinheiro para a nossa cervejinha de de manhã -os dois agora se aproximavam de mim.

*Eram dois homens, um era alto, magro, de aparência muito suspeita, ele mal falava. O outro era bem baixo, era gordo, era careca e falava do mesmo jeito que gesticulava, muito.

*-Por favor, eu não quero confusão -tentei acalma-los.

*-Tudo bem, você não precisa ficar confuso, é uma coisa muito simples, você da tudo o que tem e agente vai embora. Com sorte você ainda não leva um olho roxo pra casa?

*Já não sabia o que fazer, os dois se aproximaram depressa e um deles disse:

*-Pra começar você podia dar o seu dinheiro logo, ia polpar esforço desnecessário.

*-Eu não tenho nada -disse com total sinceridade, já que eu iria dormir na casa de Jennifer, que ficava próximo ao local da festa.

*-Vou fingir que acredito -disse o mais baixo, que sempre falava- ...ai agente te bate e pega o seu dinheiro depois e todos saímos felizes...

*Não deu nem tempo de eu dizer alguma coisa, o homem que falava veio em minha direção, correndo com total falta de controle nas pernas. Como eu já estava nervoso com o acontecido na festa, não pensei duas vezes, dei um passo para tras quando ele tentou me dar um soco, desviando do golpe, deixando-o sem equilibrio e dei um soco com toda a minha força em seu rosto, fazendo-o cair e bater com a testa no junta do chão com a parede. Não pude pensar muito, o homem magro vinha em minha direção, com muito mais noção do que iria fazer, tentou me dar alguns socos, mas eu desviei de todos. Eu o empurrei e tentei sair para rua. Fui bruscamente interrompido por que o homem que estava no chão agarrou uma de minhas pernas, fazendo-me cair.

*Eu me enxi de raiva, levantei e com toda fúria que um dia poderia haver dentro de mim olhei para o homem que estava em pé. Ele percebeu que eu não iria mais recuar então tentou ser mais rápido e veio correndo em minha direção. Diferente do que eu fiz com o outro -que continuava no chão, mas agora remexia em alguma coisa nos bolsos- eu não dei um passo para tras e dei dois para frente, surpreendendo-o com um soco em cheio no meio do rosto. Na hora senti minha mão doer um pouco, mas o estrago foi maior para o homem que fora golpeado. No momento do soco eu me desviei um pouco para o lado, fazendo com suas pernas fossem para frente e seu rosto para tras, assim, ele caiu com a nuca no chão e suas pernas para o ar.

*Dei uma olhada para ele, pensei que não se levantaria tão cedo, e voltei minhas atenções para o outro, que agora estava de pé segurando um canivete suiço. Não pensei muito, fui para cima dele, a principio ele não acreditou que eu fosse brigar, mas depois que tomou o primeiro soco e se encotrou na parede tentou revidar, mas eu não deixei. Até que fui segurado por tras pelo outro homem.

*-Você me deixou com muita raiva -disse o baixinho- ...agora vai pagar ca...

*Antes que ele pudesse terminar a frase eu dei um chute na boca de seu estômago e me contorci ao ponto de conseguir me livrar do maior. Dei alguns socos nele e quando me virei para ver como estava o outro... senti um corte no pescoço...

*-O QUE VOCÊ FEZ -disse o homem que ficara calado o tempo todo- VOCÊ PODE MATA-LO, SEU IDIOTA... -ele fez uma breve pausa, olhando para mim, que agora estava estendido no chão, segurando o pescoço, mas não agonizava- VAMOS EMBORA DAQUI E DEIXE-O...

*Eu os vi indo embora. Agora já sabia que a essas alturas minha vida iria acabar, apenas me preocupei de sair da vista da rua. Me arrastei até o latão de lixo...

*Vendo meu sangue se esvair, e finalmente podendo fechar meus olhos tranquilamente, com a certeza de que nao iria acordar para mais um dia de sofrimento, eu pisquei três vezes, já com as pestanas pesadas e a vista embaçada, podia sentir minha cabeça caindo lentamente para o lado e encostando na parede, o meu corpo começara a ficar gélido e eu mal conseguia enxergar, pisquei mais uma vez, e quando abri os olhos na tentativa de ver pela última vez este mundo, vi pouca coisa... apenas o muro do beco sem saída, que estava a uns cinco metros de mim, a parede na qual minha cabeça estava apoiada, as folhas velhas de jornais jogados e uma figura que descera dos céus... a essa altura, nao ficaria espantado em ver nem um unicornio rosa, então nao me exaltei ao ver um vulto descer dos céus e vir em minha direção, apenas fechei os olhos e relaxei, por pensar que a morte finalmente viria me levar.

*Mas, ao invéz de nao sentir mais nada, eu senti que haviam me tocado de leve o braço e uma mordida no pescoço...